Há alguns dias assisti ao filme "Beijando Jessica Stein" (Kissing Jessica Stein) e cheguei à constatação de que nós, homens, machos da espécie humana, temos muito a agradecer ao conservadorismo. Pior: é ele, e talvez só ele, que ainda nos permite desfrutar do inigualável prazer que é ser desejado por uma mulher.
Explico-me: o que somos nós homens perto das mulheres? Somos um modelo mal-acabado de ser humano. Somos um rascunho. Deus resolveu criar Eva porque quando terminou de fazer Adão ele disse: “Que merda eu fiz”!
Comparem-se, homens, com suas mulheres, suas mães, suas irmãs. Verão que enquanto nós somos brutos, peludos e grosseiros (mesmo que sejamos perfeitamente educados), elas são encantadoras, delicadas. Elas têm a pele mais fina, mais macia. São cheirosas. Fazem quase tudo que nós fazemos (e o que não fazem, como falarei adiante, já pouco importa), melhor do que nós, e ainda vestidas para parar o trânsito (enquanto nós, no máximo, estamos em um terno sem graça). São difíceis de entender sim, porque são complexas. E a complexidade é a marca da evolução. O simplismo masculino nada mais é do que a maior evidência de nosso primitivismo.
Nos últimos milênios, deixamos nossas mulheres em casa e construímos um mundo em que a natureza pode ser dominada pelo intelectual e não pela força física. Acabamos com a única função que tínhamos na natureza além de fecundá-las. Em um futuro próximo, talvez nem esta função tenhamos mais (cientistas homens, para seu próprio bem, parem de pesquisar qualquer coisa neste campo). Seremos, então perigosamente desnecessários. E, então, só o conservadorismo poderá nos salvar de passar o resto de nossos dias nos masturbando. Porque quando o conservadorismo não mais existir, as mulheres dar-se-ão conta do óbvio e preferirão se relacionar entre elas mesmas. E, com a técnica de fecundar umas as outras, só gerarão mulheres (o cromossomo Y sempre vem do pai, lembra?). E nós nos extinguiremos.
E, no dia em que o último homem der seu último suspiro, as nuvens se abrirão e do meio delas virá uma voz, a mesma que falou a Moisés, dizendo: “Finalmente alguém consertou a minha burrada”!
P.S.: Enquanto este dia não chega, ser homem é uma dádiva. Afinal, é de nós que elas gostam. Ainda...
P.S. 2: Não sou conservador. Muito pelo contrário. Mas não posso deixar de admitir que, nesse ponto, sou beneficiado pelo conservadorismo.
P.S. 3: O recurso à figura de Deus é apenas literário. Não tenho a intenção de ofender qualquer pessoa ou crença.
P.S. 4: Publicada originalmente em 12 de setembro de 2003.
P.S. 5: Eu acho essa mania te ficar escrevendo um monte de PSs depois do texto tão feia...
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