Aqueles que já assistiram ao filme Teoria da Conspiração (Conspiracy Theory) provavelmente já sabem como se faz uma: pega-se um punhado de coincidências estranhas e cria-se uma história que, mesmo sendo pouco plausível, as explica. É isso que tentarei fazer agora com os estranhos acontecimentos das últimas Copas do Mundo.
Tudo começa na final da Copa do Mundo de 1998. A anfitriã França enfrentaria o sempre favorito Brasil. A seleção francesa fez bons jogos e chegou à final por méritos (e por ter em seu time um craque do quilate de Zinedine Zidane). Mas o Brasil tinha um excelente time comandado por um craque de igual (ou maior) importância: Ronaldo.
Naqueles dias, a França vivia um momento político complicado, com retração econômica e desemprego em alta. O que poderia ser melhor para desviar a opinião pública dos problemas do que a inédita conquista da Copa do Mundo? Nada...
Todos lembram o que aconteceu naquela final: a escalação oficial do Brasil divulgada minutos antes da partida tinha Edmundo no lugar de Ronaldo, mas logo foi alterada para incluir o "Fenômeno". Ronaldo e os outros jogadores brasileiros entraram em campo, mas não jogaram. O Brasil sofreu humilhantes 3 a 0 na final mais suspeita da história. O que teria acontecido?
Aqui começa a especulação: naquele momento, uma cortina de fumaça era tudo o que se queria na França. Por isso, um acerto foi feito com a seleção brasileira: a França seria campeã naquele ano e tudo seria feito para que o Brasil fosse campeão em 2002. Ronaldo teria se negado a participar da farsa e, por isso, foi cortado minutos antes. Convencido (ou forçado) a participar, Ronaldo voltou a figurar entre os escalados.
O resultado do acerto se viu em campo: desânimo e displicência. Ronaldo estava visilvelmente apático. O exemplo mais claro do estado de espírito dos jogadores se viu quando o jogo já estava com o placar com que terminou: mesmo sendo goleado e com o jogo por terminar, um jogador brasileiro (que não recordo o nome) jogou a bola para a lateral para que um jogador francês fosse atendido pelos médicos, para loucura de Edmundo (que, pela reação, ou não sabia da farsa, por ser reserva, ou não concordava com ela). Edmundo, inclusive, em entrevistas posteriores, insinou que algo estranho e desconhecido do público havia acontecido antes do jogo.
A farsa continuou em 2002. Primeiro, o sorteio. O Brasil teve tanta "sorte" no sorteio dos grupos que é difícil acreditar que trata-se de pura sorte. O sorteio foi manipulado.
Depois, o fenômeno coreano. Aqui, juntou-se a fome com a vontade de comer: por um lado, era necessário justificar os gastos da Coréia com a estrutura da Copa; por outro, precisava-se eliminar potenciais adversários do Brasil na busca do título. Assim, Espanha e Itália foram roubados em seus jogos contra a co-anfitriã, que chegou à semi-final contra a Alemanha.
Na semi-final, fazer a Coréia eliminar a Alemanha não era bom negócio. Em primeiro lugar, o público já estava desconfiado com os roubos ocorridos a favor da Coréia. Em segundo lugar, o Brasil não gostaria de ganhar seu título contra a Coréia, que não tem tradição no futebol. E, por último, a Alemanha seria facilmente convencida a ceder o título ao Brasil.
Por quê? Porque a próxima Copa é na Alemanha. Provavelmente, o título da próxima Copa já foi prometido à Alemanha, no acerto que deu o título ao Brasil. É verdade que os jogadores alemães não jogaram tão mal quanto os brasileiros jogaram em 98, mas isso provavelmente se deve ao fato de serem melhores atores do que os brasileiros. Entretanto, os dois gols brasileiros são sintomáticos: o melhor goleiro do mundo "bate roupa" no primeiro, entregando a bola para Ronaldo fazer o gol, e no segundo, ao invés de se esticar ao máximo para tentar alcançar a bola, pula com as duas mãos no chão, apenas para simular uma tentativa de defesa.
Para ser recompensado por seu bom trabalho na farsa, o goleiro alemão recebe o título de melhor jogador do mundo, depois de ter entregue o título para o adversário na final da Copa do Mundo.
Como disse antes, tudo isso é uma especulação. Não tenho como provar o que imaginei e, portanto, não estou acusando ninguém (por favor, não me processem!). Em 2006, minha teoria será posta à prova: se a Alemanha não vencer, a teoria se provará inválida. Caso contrário, a dúvida permanecerá, pois tudo o que aconteceu pode ser apenas parte daquilo que os cronistas chamam de "imponderável do futebol". Ou não...
(Texto publicado originalmente em 29 de setembro de 2003)
P.S. de 13 de abril de 2010: Sim, eu errei...