segunda-feira, 5 de março de 2012

Sonhos bons

Às vezes tenho vontade de chorar
Por vezes tenho vontade de sumir
Tenho um sentimento de inadequação que me incomoda
E uma montanha de tristeza que me esmaga

Queria um anestésico agora
Ou um indutor de sonhos bons
Com crianças correndo em um gramado sem fim
Enquanto as observo à sombra de uma árvore frondosa...

quinta-feira, 15 de julho de 2010

É cafona, mas é bonito.

Recebi um texto hoje por e-mail que eu gostei. Ele foi atribuído ao Arnaldo Jabor no e-mail, mas como tudo quanto é texto que circula na internet é atribuído ao Arnaldo Jabor ou ao Luís Fernando Veríssimo, eu duvido muito que seja verdade. Até porque o português do texto era péssimo, eu tive que dar uma boa arrumada...

Ah, eu sei que o texto é piegas. Mas, como diria o Renato Russo, "é cafona, entendeu? Mas é bonita..."

Segue o texto.

O que temos visto por aí? Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez menores e mais transparentes, com suas danças e poses em closes ginecológicos, cada vez mais siliconadas, corpos esculpidos por cirurgias plásticas, como se fossem ao supermercado e pedissem o corte como se quer. Mas?

Chegam sozinhas e saem sozinhas!

Empresários, advogados, engenheiros, analistas, e outros mais que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e... SOZINHOS!

Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dancers”! Incrível!

E não é só sexo não! Se fosse, era resolvido fácil, alguém duvida? Sexo se encontra nos classificados, nas esquinas, em qualquer lugar. Mas apenas sexo!

Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho, sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico na cama: sexo de academia. De fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçadinhos, sem se preocuparem com as posições cabalísticas.

Essas coisas simples, que perdemos nessa marcha de uma evolução cega. Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção. Tornamo-nos máquinas, e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples e que a cada dia fica tão distante de nós.

Quem duvida do que estou dizendo, basta dar uma olhada nos sites de relacionamentos "ORKUT", "PARPERFEITO" e tantos outros. Veja o número de comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" e até a desesperançada "Nasci pra viver sozinho!" Unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários, em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis. Se olhamos as fotos de antigamente, temos certeza de que não são as mesmas pessoas. Mulheres lindas estão se plastificando, se mutilando em nome da tal "beleza"...

Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento, e percebemos a cada dia mulheres e homens com cara de bonecas, sem rugas, sorriso preso e cada vez mais... sozinhos!

Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário. Pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso ter a coragem de encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa.

Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia isso é julgado como feio, démodé, brega,

Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções fazem-nos parecer ridículos, abobalhados... Mas e daí? Seja ridículo, mas seja feliz e não seja frustrado... "Pague mico", demonstre amor... Você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta mais...

Perceba aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la. Talvez ela seja a pessoa que, mesmo nada tendo a ver com o que você imaginou, seja a mulher ou o homem da sua vida. E quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois. O que realmente não dá é para continuarmos achando que viver é “out”... ou “in”... Que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo, que temos que querer a nossa mulher 24 horas maquiada e que ela tenha que ter o corpo das frutas tão em moda na TV, na Playboy e nos banheiros.

Queira do seu lado a mulher inteligente: "Vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois, ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida"...

Por que ter medo de dizer isso? Por que ter medo de dizer: "amo você", "fica comigo"? Não se importe com a opinião dos outros, seja feliz! Antes ser idiota para as pessoas do que infeliz para si mesmo!

sábado, 5 de junho de 2010

Reflexões aleatórias

First of all: quando eu escrevi o rascunho deste texto, eu estava entre ligeira e moderadamente alcoolizado. Levem isso em consideração ao ler essas linhas.

Aliás, deveria haver algo que impedisse a gente de escrever textos exceto quando totalmente sóbrios. Um bafômetro ligado na porta USB ou algo assim. Ou não. O álcool faz mal ao fígado, mas talvez funcione como um catalizador de ideias. Ou apenas nos deixe menos críticos quanto aos próprios pensamentos. Mas vamos às reflexões.

Comecemos pela natureza humana. Hobbes (o filósofo, não o tigre do Calvin) disse que somos maus por natureza. "O homem é o lobo do homem", disse ele. Já Rousseau achava que somos bons por natureza. Ambos usaram seus argumentos para fundamentar a teoria de que todos nós abrimos mão de um pedaço de nossa liberdade em favor do Estado para que ele nos ofereça segurança. É a teoria do Contrato Social. Duas observações a fazer.

Primeiro: ao fundamentar com argumentos completamente opostos a mesma teoria, Hobbes e Rousseau provaram que qualquer merda que seja dita, desde que bem fundamentada, pode ser tida como verdade absoluta por muita gente e durante muito tempo. A filosofia é, portanto, um exercício de retórica.

Segundo: a teoria do Contrato Social é mais furada que meia velha. Eu, pelo menos, nunca assinei essa porcaria desse contrato. Você assinou?

Passemos às mulheres. Bom, a Bíblia diz que Deus fez o homem a sua imagem e semelhança. Supondo que Deus exista, que ele seja perfeito, e que o ser humano tenha sido realmente feito a sua imagem e semelhança, parece-me que Deus é, na verdade, Deusa. Sim, porque, convenhamos, se alguém foi feito à imagem e semelhança da perfeição, é muito mais provável que esse alguém seja a Angelina Jolie do que o Brad Pitt. Aliás, já escrevi sobre isso anteriormente.

Terceira reflexão. Festas open bar são uma cilada. Ou você bebe até cair (ou perder a dignidade) ou então vai ficar cuidando de um amigo que bebeu até cair e que provavelmente vai vomitar em cima de você. De qualquer forma, você se ferra.

Expurgadas as reflexões da minha mente para o blog, posso ir dormir. Boa noite.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Quem eu quero, não me quer...

A vida, definitivamente, é injusta. A pessoa que nos parece perfeita não parece assim para outra pessoa, e ela sofre por isso. A pessoa a quem parecemos perfeito não nos parece assim, e ela sofre por isso. Não parecemos perfeitos àqueles que nos parecem perfeitos, e sofremos por isso. Dava para ser mais simples???

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Porra Criciúma!

Ouvindo aqui meu colegas Eliasson e Jefferson discutindo questões como "a matemática foi inventada ou descoberta?", tive vontade de postar alguma coisa aqui. Mas não vou ser tão profundo. Vou falar sobre algo mais mundano. Algo, aliás, que não tem nada a ver com as discussões de meus colegas. Eu nem sei, alías, porque o papo deles me lembrou de falar disso. O papo deles me deu vontade de ser prolixo, eu acho... Mas vamos ao assunto do post.
Quando o Criciúma passou a ser patrocinado pela indústria carbonífera, eu decidi que não compraria uma nova camisa do Tigre enquanto esse patrocínio perdurasse. Não quero ostentar propaganda de uma indústria que deixou um legado de destruição ambiental e um exército de ex-empregados mortos ou inválidos para promover o enriquecimento de uns poucos.
Pois bem. Há algum tempo fiquei sabendo que uma nova empresa patrocinaria o Criciúma. "Acabou meu período de jejum de novas camisas do Criciúma", pensei. Mas decepcionei-me.
A nova camisa do Criciúma continua ostentando o patrocínio da indústria carbonífera, acrescido agora da logomarca de uma outra indústria conhecida pelo seu reiterado desrespeito aos direitos dos seus trabalhadores. Meu jejum vai continuar ainda por um bom tempo, pelo jeito.
Só espero que a próxima camisa do Criciúma não ostente uma suástica...

terça-feira, 13 de abril de 2010

Crescemos...

Visitava agora o perfil de um amigo de segundo grau no orkut e vi o depoimento apaixonado de sua namorada. Indo ao perfil dela, vi uma foto dos dois em seu álbum. Meu amigo olha sério para a câmera. Ele não tem cabelos brancos nem marcas de expressão, mas seu olhar denuncia que não é mais o garoto de quinze anos que conheci há dez anos no colégio.

Estes dez anos imediatamente passaram em flashes frente aos meus olhos, como dizem que acontece com aqueles que encaram a morte. E, de repente, percebi que também eu não sou mais aquele garoto de quinze anos que só pensava em sexo (só pensava...), Grêmio, computadores e escola (necessariamente nesta ordem). Somos homens, temos relacionamentos estáveis, emprego e contas a pagar. Uso terno e gravata cotidianamente e estou em casa em um sábado a noite porque vou acordar cedo amanhã para levar minha loura para fazer o exame da ordem dos advogados... Nossa, EU já sou advogado há quase um ano...

O tempo é um ladrão contumaz que rouba a cada segundo, um segundo de nossa existência e juventude. Não se luta contra ele senão em vão, pois é absoluto, inexorável.

Tenho imensa saudade daqueles tempos de colégio. Mas, infelizmente, crescemos. Que pena!

P.S.: Texto originalmente publicado em 28 de agosto de 2005, quando eu era advogado e tinha uma namorada loira...

Manifesto do Destemor

Medo: um sentimento dúbio que se abate sobre nossos corações quando queremos (ou temos que) fazer algo cujas conseqüências podem não ser boas. Mesmo que o máximo que possa ocorrer seja vomitar no meio do parque de diversões. Enfim, o medo é aquela pontadinha no coração, aquele frio na barriga que tenta nos impedir de prosseguir, seja no que for.

Dizem até que o medo é o pai da prudência, aquela virtude que todo mundo tem que ter. Ou, pelo menos, que todo genro deveria ter. Ou seja, o medo é que nos salva diuturnamente da morte prematura, impedindo-nos de pular da Rio-Niterói para se refrescar um pouco no mar.

Pois quanto a mim, às favas com o medo. Melhor o enfarto com a boca cheia de picanha gorda do que a miséria de gosto da salada sem graça. Melhor a rodada com o coração cheio de adrenalina do que a monotonia dos oitenta por hora. Melhor o choro da despedida do que jamais ter ido.

Lambuzar-me-ei sem contar calorias. Beberei até ter o sol por companheiro. Amarei sem medo de coração partido.

Melhor a vida vivida do que viver sem vida.

Criciúma, 5 de abril de 2005. 00:42.